quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Jacalyn Duffin: “Eu sou ateia, mas acredito em milagres”


Para escrever um livro, a historiadora canadense analisou 1.400 milagres médicos usados em canonizações por mais de quatro séculos

FELIPE PONTES
Jacalyn Duffin: “Eu sou ateia, mas acredito em milagres” (Foto: Divulgação)
A canadense Jacalyn Duffin é uma ateia especialista em milagres. Em 2008, a hematologista e historiadora lançou Milagres médicos: doutores, santos e cura no mundo moderno, livro não-publicado no Brasil, onde analisa 1.400 milagres médicos usados em canonizações de 1588 a 1999. Ela se apaixonou pelo tema na década de 1980, quando foi convidada a participar do processo de canonização de Marie-Marguerite d'Youville, a primeira santa nascida no Canadá. Segundo ela, o Brasil somente tem dois santos, Madre Paulina e Frei Galvão, porque não teve, por muitos séculos, um sistema médico ideal. “O Vaticano busca sempre o melhor para atestar que a pessoa agraciada realmente tentou de tudo antes de apelar para ser curada”, afirma. Segundo Jacalyn, a Igreja pensa assim porque considera a medicina como uma manifestação de deus na Terra. Para ela, o rigor do Vaticano no processo de canonização acaba atrapalhando países pobres e em desenvolvimento, incluindo o Brasil. “Reunir a documentação e apoiar a causa de alguém à santidade custa caro”, diz. “Os países que são ricos, poderosos ou geograficamente próximos do Vaticano naturalmente têm mais santos e prioridade na fila de canonização.” Leia a entrevista da Época... 

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